domingo, 17 de outubro de 2010

A arte de ler... e reler

Ler, pensar e escrever 
Reler é verbo insistente, que não tem medo de bicho papão nem de repetição.
O próprio verbo reler é um duplo ler, pois se eu leio reler de trás para a frente ele fica exatamente igual: é reler pra cá... reler pra lá...
A releitura é ler de novo o que já é velho, encontrando novidades que só podem estar ocultas no que todo mundo viu, mas não percebeu.
Faltou releitura.
Releitura é deixar de ser "analfabeto para as entrelinhas" (Guimarães Rosa) e captar o que estava lá, mas a pura leitura não soube fisgar, peixe fugidio, lebre arisca, raio de sol.
Releitura cura superficialidade.
Releitura faz bem aos olhos.
Releitura de manhã ajuda a pensar.
Releitura à noite protege contra pesadelos.
A releitura é como a água, tanto bate até que fura... nosso medo de entender.
Leia de novo: re-lei-tu-ra. De novo: re-lei-tu-ra.
De que vale ao homem ter muitos livros se não tiver tempo para reler? Reler devagar, reler palavra a palavra, letra a letra, degustando cada milímetro de cada significado?
Reler não é chupar uma laranja de novo. O milagre da releitura é que sempre há mais suco na segunda vez. E mais suco ainda na terceira.
Reler é a arte de voltar ao mesmo lugar como se fosse pela única vez.
Reler é remar no mesmo mar como se fosse pela primeira vez.
Reler o anel que tu me deste era vidro e se quebrou, o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou. Será? Mas se era pouco não era amor.
Reler é reatar a infância.
Reler é entrar de novo na ciranda, ciranda cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar, vamos nesta rua, nesta rua, e nesta rua tem um bosque que se chama, que se chama solidão, dentro dele, dentro dele mora um anjo, que roubou, que roubou meu coração.
Reler é reatar passado-presente-futuro.
Samba Lelê tá doente, tá com a cabeça quebrada. Samba Lelê precisava... é de umas boas lambadas. Fui no Itororó beber água, não achei, mas achei bela morena que no Itororó deixei, aproveita, minha gente, que uma noite, que uma vida não é nada... e se não dormir agora... dormirá de madrugada.
Ah, como é bom reler e reouvir essas velhas canções, que nos fazem ficar um pouco mais novos.
Sobre o autor:
Gabriel Perissé é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência), "O leitor criativo" (Omega Editora), "O professor do futuro" (Thex Editora) e "Palavras e origens", Ed. Mandruvá.

                                      http://www.kplus.com.br/materia.asp?co=117&rv=Colunistas





A importância da leitura





A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a "compreender" o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo sob diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos, no contato com um livro, enfim, em todos estes casos estamos, de certa forma, lendo - embora, muitas vezes, não nos demos conta.
A atividade de leitura não corresponde a uma simples decodificação de símbolos, mas significa, de fato, interpretar e compreender o que se lê. Segundo Angela Kleiman, a leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido do texto, não podendo transformar-se em mera decifração de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos. Logo, percebemos que a leitura é um processo interativo.
Quando citamos a necessidade do conhecimento prévio de mundo para a compreensão da leitura, podemos inferir o caráter subjetivo que essa atividade assume. Conforme afirma Leonardo Boff, cada um lê com os olhos que tem. E interpreta onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender o que alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isto faz da leitura sempre um releitura. [...] Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor.
A partir daí, podemos começar a refletir sobre o relacionamento leitor-texto. Já dissemos que ler é, acima de tudo, compreender. Para que isso aconteça, além dos já referidos processamento cognitivo da leitura e conhecimentos prévios necessários a ela, é preciso que o leitor esteja comprometido com sua leitura. Ele precisa manter um posicionamento crítico sobre o que lê, não apenas passivo. Quando atende a essa necessidade, o leitor se projeta no texto, levando para dentro dele toda sua vivência pessoal, com suas emoções, expectativas, seus preconceitos etc. É por isso que consegue ser tocado pela leitura.
Dessa forma, o único limite para a amplidão da leitura é a imaginação do leitor; é ele mesmo quem constrói as imagens acerca do que está lendo. Por isso ela se revela como uma atividade extremamente frutífera e prazerosa. Por meio dela, além de adquimirmos mais conhecimentos e cultura - o que nos fornece maior capacidade de diálogo e nos prepara melhor para atingir às necessidades de um mercado de trabalho exigente -, experimentamos novas experiências, ao conhecermos mais do mundo em que vivemos e também sobre nós mesmos, já que ela nos leva à reflexão.
E refletir, sabemos, é o que permite ao homem abrir as portas de sua percepção. Quando movido por curiosidade, pelo desejo de crescer, o homem se renova constantemente, tornando-se cada dia mais apto a estar no mundo, capaz de compreender até as entrelinhas daquilo que ouve e vê, do sistema em que está inserido. Assim, tem ampliada sua visão de mundo e seu horizonte de expectativas.
Desse modo, a leitura se configura como um poderoso e essencial instrumento libertário para a sobrevivência do homem.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente;
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06. Não permitir que prevaleçam suas idéias sobre as do autor;
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente;
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;
12. Quando o autor apenas sugerir idéia, procurar um fundamento de lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta;
16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem;
17. O autor defende idéias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto.
Ex.: Ele morreu de fome.
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele").
Ex.: Ele morreu faminto.
faminto:
predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.;
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idéias estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado.

Município de Porto Acre

Porto Acre 

 

Durante o domínio boliviano sobre a região, Porto Acre, que se chamava Puerto Alonso (nome que homenageava o presidente da Bolívia na época), já abrigou um posto alfandegário boliviano, que foi motivo de revolta dos seringalistas brasileiros. Por isso, Porto Acre foi o principal foco da Revolução Acreana em suas diversas etapas. Em 1899, se tornou palco de diversos acontecimentos como a 1ª Insurreição Acreana, a fundação da República de Galvez em 14 de julho de 1899 (quando passou a se chamar Cidade do Acre), foi destino da Expedição dos Poetas em 1900. Em 24 de janeiro de 1903, assistiu o término da Revolução Acreana com a grande vitória final comandada por Plácido de Castro, que marcou a tomada destas terras definitivamente pelos brasileiros. Ainda hoje, em muitos dos quintais podem ser encontrados as marcas e vestígios dessa época conturbada, como garrafas de bebidas importadas, cartuchos de fuzil e diversos outros materiais. Estes objetos, que testemunharam a luta do povo acreano, estão reunidos na Memória de Porto Acre, espaço aberto à visitação pública.
Os conflitos entre bolivianos e brasileiros terminaram com o Acre anexado ao Brasil em 1903 e a cidade rebatizada para Porto Acre. Ficaram as trincheiras da Revolução Acreana e algumas construções históricas do período áureo da borracha. No Seringal Bom Destino está parte deste patrimônio histórico, que mantém viva a memória das origens do Estado do Acre.
O rio Acre, que banha a cidade, serviu de via de acesso aos seringueiros e seringalistas brasileiros ainda serve aos ribeirinhos e moradores de suas margens para a circulação de mercadorias e pessoas. Durante o período seco, suas praias de areias férteis são usadas para o cultivo de melancia, banana, hortaliças, mandioca e outras culturas de subsistência.
Porto Acre foi desmembrado do município de Rio Branco e elevado à categoria de município em 28 de abril de 1992 e passou a funcionar em 1° de janeiro de 1993, quando o prefeito e os vereadores tomaram posse. O seu acesso pode ser feito por via fluvial pelo rio Acre e terrestre através da rodovia AC-010 que corta o município.
No Estado, Porto Acre ocupa o décimo primeiro lugar em população e a décima sétima posição em área. Sua economia está baseada no extrativismo vegetal da borracha, beneficiamento da castanha e madeira, pecuária em pequena escala, produtos hortifrutigranjeiros e o comércio em geral.
Porto Acre limita-se ao norte, com o estado do Amazonas; ao sul, com os municípios de Bujari e Rio Branco; a leste, com o município de Senador Guiomard e a oeste, com o município de Bujari.

12 de Octubre: Día de la Hispanidad


Cada año, cuando se avecina la presencia del “Día de la Hispa­ni­dad” o “Día de la Raza” o del “Descubrimiento de América”, se abren escandalosos contextos que angustian a ciertos sectores de los pue­blos hispanoamericanos. Se escuchan frases altisonantes como va­cías, con las que se pretenden drogar y anestesiar nuestra verdadera historia.
Al rememorar un nuevo aniversario de la Conquista y la Evange­li­zación de América -epopeya considerada como la más importante de la historia humana-, como pueblo reconocido juzgamos la necesidad de dar gracias al Señor por esa hazaña que dio vida a un nuevo mundo con mu­chas luces y muchas sombras, aciertos y errores, ventajas y deficiencias. Estimo ser deshonesto omitir que en esta heroicidad no hubo iniquidades, atrocidades, malos tratos por parte de algunos con­quistadores y, al mismo tiempo, no puntualizar que se efectuaron actos de humanidad, grandeza, hidalguía y abnegaciones los que nunca fue­ron adecuada­mente señalados.
Para Juzgar El Antes Y Después De La Lle­gada De Los Españoles Al Continente Consi­dero, Que Para Mayor Comprensión De Los Sucesos, Debemos Ubicarnos En El Tiempo Y En La Cultura De La Epoca. ¿La Conducta De Los Personajes Y De Los Epi­sodios Del Siglo Xv Difieren Al Quehacer Del Hombre Actual? ¿En El Siglo Xxi No Existe Acaso La Explota­cion Del Hombre Por El Hombre, Las Guerras, Falta De Tra­bajo, Las Desigualdades Y La Muerte De Un Sinnúmero De Hombres, Muje­res Y Niños De Hambre O Por La Falta De Se­guridad So­cial?
El poeta y ensayista cubano Eliseo Diego al sostener que los fran­ceses e ingleses le han indagado a España una leyenda negra en un re­portaje que se reprodujo en la revista “Revolución y Cultura” dice que los españoles realmente hicieron atrocidades con los indios, pero las hicieron en una época en que lo atroz era la manera natural de ac­tuar. Nadie recuerda que en Inglaterra si se robaba una hogaza de pan se le cortaba las manos al ladrón. Y nadie recuerda que Benito Juárez era un indio que presidió México. ¿En que colonia inglesa o francesa hubo un indio presidente? los españoles dejaron tras de sí naciones, los ingleses, factorías.
Hay voces que repudian y acusan a los españoles de ser cau­santes de la matanza indiscriminada que despobló a los indios de América. Tal aseveración falaz se encuentra orquestada por quienes se identifican en contra España y con principios filosóficos anticristianos. Desde la lle­gada de Cristóbal Colón a América las autoridades espa­ñolas y eclesiás­ticas dictaron normas protegiendo al indio. Tal el testa­mento de Isabel la Católica, las bulas de Alejandro VI y el monumento jurídico conocido como Leyes de Indias. Con respecto a la disminución de la población aborigen obedeció a:
1) Las constantes guerras entre las tribus beligerantes, tales como los aztecas e incas, que buscaban el sometimiento de las pobla­ciones in­defensas y tranquilas;
2) La lucha entre conquistadores y los indios. Los primeros usa­ban como armas las espadas, puñal, lanzas, mosquetes, escopetas, arca­buces y hasta perros debidamente adiestrados. Por su parte, los nativos, combatían con arcos y flechas, en muchos casos con puntas envenenadas, lanzas, macanas o mazas de palo con incrustaciones de vidrio volcánico, hondas, porras y gases, obtenidos estos últimos por el sahumerio de ají molido, de pimienta y de otras materias;
3) la práctica de la antropofagia y los sacrificios humanos;
4) las pestes como: la viruela, la escarlatina, el tifus, el saram­pión o el paludismo, algunas de estas enfermedades traídas por el eu­ropeo;
5) el mestizaje;
6) y de otras afecciones del intercambio de sangre entre ambas razas.
Lo que se trata de ocultar o considerar muy al pasar es el mag­ná­nimo espíritu de Isabel la Católica -actualmente en proceso de bea­tifica­ción- cuando ordena que “los indios sean libres y no sujetos a servidumbre, y nadie sea osado de cautivar indios aún en guerra aunque sea justa y hayan dado y den causa de ella”.
A este generoso reconocimiento de libertad e igualdad indíge­nas, no se llegó sin lucha contra los intereses mercantiles. La reina Isabel no descuidó en bien de los aborígenes que se lo tratara como hombre y no como cosa tal como ocurrió con otras conquistas y coloni­zaciones y donde la presencia de Dios estaba ausente en sus ejecuto­res. Asimismo, se autorizó el casamiento entre indígenas y españoles. Como testimonio de lo expresado precedentemente es loable leer lo dispuesto por Isabel la Católica dictado tres días antes de morir, en noviembre de 1504, y que dice así:
“Concedidas nos fueron por la Santa Sede Apostólica las islas y la tierra firme del mar Océano, descubiertas y por descubrir, nuestra principal intención fue la de tratar de inducir a sus pueblos que abrazaran nuestra santa fe ca­tó­lica y enviar a aquellas tierras religiosos y otras perso­nas doctas y temerosas de Dios para instruir a los habi­tantes en la fe y dotarlos de buenas costumbres poniendo en ello el celo debido; por ello suplico al Rey mi señor, muy afec­tuosamente, y recomiendo y ordeno a mi hija la princesa y a su marido, el Príncipe, que así lo hagan y cumplan y que sea su fin principal y que en él empleen mucha diligencia y que no consientan que los nativos y habitantes de dichas tierras conquistadas y por conquistar sufran daño alguno en sus personas o bienes, sino que hagan lo necesario para que sean tratados con justicia y humanidad y que si sufrie­ren algún daño, lo repararen”.
En materia laboral creó las “encomiendas”, tratamiento que fue mejorado en beneficio del encomendado con las Leyes de Burgos que estaba dirigida al buen trato que debía ser objeto el aborigen, su for­ma­ción religiosa, su instrucción, su vestimenta, su descanso, su sala­rio, más la prohibición de castigos. También se preocupó en la protec­ción de mu­jeres y niños, la veda del trabajo a menores de catorce años y, como así, de las mujeres embarazadas con más de cuatro meses de gravidez. Lo que reglamentó España en 1512 para nosotros son con­quistas de este si­glo.
La Corona, siempre persuadida por principios de respeto al de­re­cho natural y divino; estableció el trabajo de ocho horas diarias a quienes trabajaban en la construcción de fortalezas y obras militares; de seis horas los operarios en las minas; el descanso dominical, puesto en prác­tica en nuestro país con la ley sancionada en 1905; el pago en moneda corriente, que en la Argentina entró en vigencia durante la pre­sidencia de Marcelo T. de Alvear, y el salario móvil, la última palabra del derecho del trabajo contemporáneo. Las mujeres solteras debían trabajar con sus padres; las casadas no podían ser obligadas a efec­tuar trabajos mineros, no pagar tributos y amamantar niños blancos cuando lo estaba haciendo con los suyos.
De las mitas estaban exceptuados niños, mujeres, enfermos y an­cianos; se prohibía que los padres regalacen a sus hijas o que las tuvieran encerradas en su casa; que las solteras sirviesen a los caci­ques y que an­duvieses solas pastoreando ganado.
Con la llegada de los españoles al Nuevo Continente figura tam­bién la inspiración divina que tuvo Alejandro VI con sus bulas que for­jaron una corriente histórica espiritual, por haber enviado a hombres -algunos santos y otros pecadores- pero en su mayoría portadores de una religión, una ética y una legislación para salvaguardar las almas y la in­teligencia de los nuevos súbditos.
Basta con mencionar la creación también de las universidades de Santo Tomás de Aquino en Santo Domingo, la de México o la de San Marcos de la ciudad de Lima, fundadas por Carlos V, para que los natu­rales pudieran estudiar de acuerdo con los planes y títulos que otorgaban las ya famosas universidades de Salamanca y la de Alcalá de Henares. En la primera casa de estudios establecida en América, a sólo 46 años de la llegada de Colón, se enseñaba en el nuevo conti­nente lengua castellana y la de los aborígenes y se desenvolvían con recursos propios. ¡Qué dis­tinta situación a la fundada en Cambridge, en 1630, sólo para la ense­ñanza del inglés y para que los colonos pudie­ran seguir el rito protes­tante!
Estos beneficios destinados a los indígenas son muchos más. Pero, en esos tiempos, como los actuales hubo transgresores. Allá y aquí hay quienes, mediante la explotación del hombre, buscaron exclu­sivamente riquezas, gloria y poder, inclusive usando medios nada re­comendables. Debemos condenar cuantos excesos que hubo y que hay. Lo que sí cabe agregar es que sin duda alguna América se benefi­ció con la incorpora­ción a la civilización cristiana occidental y ello fue gracias a España.
Profesores y alumnos de la Universidad Federal de Acre – UFAC conmemora el dia de La Hispanidad con el título de “II Semana de La Hispanidad” con algunas danzas, teatros, conferencia, etc.








http://www.lahistoriaparalela.com.ar/2009/10/14/12-de-octubre-dia-de-la-hispanidad-2/

sábado, 16 de outubro de 2010

Texto: A Casa de Asterion


                                           Texto feito por mim no segundo período (Espanhol)


Introdução
Neste estudo faremos uma breve análise sobre o conto “A casa de Asterion” do escritor argentino Jorge Luis Borges. Por se tratar de um conto que nos remete a mitologia grega, cabe antes, fazemos uma viagem nas idéias, para levantarmos as origens deste conto. Estudaremos também os demais elementos que constituem uma narrativa: narrador, personagens, espaço. Assim, demonstraremos todos os recursos utilizados pelo autor para resgatar este mito.

Sobre o autor
Jorge Luis Borges, maior escritor da Literatura Argentina, nasceu em Buenos Aires no dia 24 de agosto de 1899. Por influência da avó inglesa, foi alfabetizado em inglês e em espanhol. Em 1914 viajou com sua família para a Europa e se instalou em Genebra, onde cursou o ensino médio. Em 1919 mudou-se para a Espanha e aí entrou em contato com o movimento ultraísta. Em 1921 regressou a Buenos Aires e fundou com outros importantes escritores a revista Proa. Em 1923 publicou seu primeiro livro de poemas, Fervor de Buenos Aires. Desde essa época, adoece dos olhos, sofre sucessivas operações de cataratas e perde quase por completo a vista em 1955.
Desde seu primeiro livro até a publicação de suas Obras Completas (1974) transcorreram cinqüenta anos de criação literária durante o qual Borges superou sua enfermidade escrevendo ou ditando livros de poemas, contos e ensaios, admirados hoje no mundo inteiro. Recebeu importantes distinções de diversas universidades e governos estrangeiros e numerosos prêmios, entre eles o Cervantes em 1980. Sua obra foi traduzida a mais de vinte e cinco idiomas e levada ao cinema e à televisão. Prólogos, antologias, traduções, cursos e conferências testemunham o esmero incansável desse grande escritor, que revolucionou a prosa em castelhano, como têm reconhecido sem exceção seus contemporâneos. Borges faleceu em Genebra no dia 14 de junho de 1986.
O MITO
Na mitologia grega, o mito do Minotauro ocorre no rei Minos, pois como este desejava provar aos cretenses que era protegido pelos deuses. Então fez um pedido a Posêidon que lhe mandasse um sinal. O deus dos mares ao atendê-lo, impôs uma condição de que o animal que faria surgir do mar lhe fosse oferecido em sacrifício. Apesar da promessa, então aparece o touro branco, que por ser belo Minos o poupa, com essa ação provoca a ira de Posêidon. Para vingar-se, o deus faz com que Pasifae, esposa de Minos, se apaixone pelo touro. A fim de possuí-lo, a rainha pede o auxílio de Dédalo, um talentoso escultor, que lhe fabrica uma vaca de madeira recoberta com couro onde se esconde. O touro, confundido pelas aparências, se une a ela e, dessa união, nasce o Minotauro, também chamado de Asterion ou Astérios, que tem a parte superior do corpo semelhante a um touro e a parte inferior como a de homem. Envergonhado, Minos ordena que Dédalo construa um palácio-prisão para encerrar o monstro: o labirinto de Creta. A partir desse acontecimento, instala-se uma situação conflitiva: anualmente, os atenienses, que estavam sob o jugo de Minos, o cruel rei de Tebas, são condenados a dedicar sete rapazes e sete moças como refeição ao monstro, um tributo que onera e atemoriza a população.
O conto “A casa de Asterion” é constituído com uma qualidade de técnicas narrativas que em certos momentos na leitura nos deparemos com descrições de cenas que nos remete a ações ora de suspense ora de mistério. O conto é um clássico exemplo da revigoração do clássico mito Minotauro. A narrativa não se constitui em uma simples recordação do mito, mas uma nova busca do conhecimento característico da ficção atual.
Através desta releitura, Asterion (Minotauro), percebe-se que se trata de um ser atormentado, pois, nos chama atenção pelos desconsertos que vive. Igualmente a outras personagens clássicas da literatura, Asterion vive em um mundo de solidão, supostamente por orgulho, melancolia ou loucura, segundo a opinião alheia, da qual a personagem discorda.
“Sei que me acusam de soberba, e talvez de misantropia, e talvez de loucura. Tais acusações (que castigarei ao seu devido tempo) são irrisórias. É verdade que não saio de minha casa, mas também é verdade que suas portas (cujo número é infinito*) estão abertas dia e noite aos homens e também aos animais. Que entre quem quiser.”
Neste conto encontramos a presença de um narrador-protagonista.
“A qualquer hora posso brincar que estou dormindo, com os olhos fechados e a respiração forte.”
Por isso, não há a revelação do estado mental das demais personagens, porque a história é contada a partir de um centro fixo, limitado quase que exclusivamente às percepções, aos pensamentos e sentimentos desse narrador-personagem – Asterion. Com isso, as descrições da narrativa chegam ao leitor de forma verossímil, porém constituído de um ponto de vista marcado pela subjetividade, estando o narrador a falar de si ou do mundo.
O conto foi escrito em seis parágrafos. Em cinco deles, o personagem se refere à visão que os outros têm sobre ele, o espaço que habita e a relação com seu entorno e consigo próprio.
“Até meus detratores admitem que não há um só móvel na casa. Outra afirmação ridícula é que eu, Astérion, sou um prisioneiro. Repetirei que não há uma porta fechada, acrescentarei que não existe uma fechadura? Mesmo porque, num entardecer, pisei a rua; se voltei antes da noite, foi pelo temor que me infundiram os rostos da plebe, rostos descoloridos e iguais, como a mão aberta.”
Para a Ana Mariza Ribeiro Filipouski, no texto “Permanência do mito e atualização de seu significado: o Minotauro desde a origem até a modernidade.” “O título se refere aos elementos chaves da trama: casa/labirinto e Asterion/monstro que ali vive. Não há referência direta ao mito clássico nem escolha da forma mais conhecida de nomear sua personagem principal. Para percebê-lo como releitura, é preciso que o leitor vá acumulando experiências: primeiro o título, depois a citação (que, para um leitor menos experiente, remete ao “Era uma vez...”, mas, ao mais habilitado, fornece pistas aproximativas do mito clássico, uma vez que suas palavras aludem à nobreza da personagem – é filho de rainha - e atribuem a anotação a uma referência histórica de suposta credibilidade – Apolodoro: Biblioteca, III, I” – reporta-se a um erudito grego que teria vivido entre 100 d. C e –200 a. C, cujas obras foram perdidas).”

Outro ponto que merece ser destacado no conto é o quarto parágrafo, pois Ana Mariza Ribeiro Filipouski, menciona que: “O narrador se põe em contato com um suposto revisor que, ao substituir uma expressão do texto – o numeral 14 pelo adjetivo infinito – colabora para a criação do clima do conto: 14 é um número de simbolismo mágico e se reporta à tradição cabalística, representando o número da fusão, da associação e da unidade universal; já infinitos aponta para um racionalismo filosófico – a crença na infinitude do espaço e do tempo – que se tornará uma concepção chave para a interpretação da leitura”.
“Todas as partes da casa existem muitas vezes, qualquer lugar é outro lugar. Não há uma cisterna, um pátio, um bebedouro, um pesebre; são quatorze (são infinitos) os pesebres, bebedouros, pátios cisternas”.
No desenrolar de sua análise assim descreve.
“No segundo parágrafo, apresenta-se como único e reforça seu poder por oposição à socialização. Já no parágrafo 3, Asterion brinca de ocultar-se e aparecer, mas o brinquedo de que gosta mais é o “do outro Asterion”. Por meio lúdico, exercita a ação comunicativa (e o que é “dito” aparece grafado em itálico, destacando a aparente contradição com o que ele afirmara de si no parágrafo anterior) com sua própria imagem, apresenta a casa a seu duplo, reconhecendo-a também como duplo (“Todas as partes da casa existem muitas vezes. Qualquer lugar é outro lugar.”.....”A casa é do tamanho do mundo; ou melhor, é o mundo.”).

Somente no quinto parágrafo, é que o personagem revela sua possível identidade, um ser misto de touro e homem. É nesse instante que fica clara a referência mitológica. Diferentemente do que pregara a tradição, no entanto, os homens que anualmente penetram na casa não são apresentados, no ponto de vista da personagem, como vítimas. Eles são libertados de todo o mal, sem que Asterion sequer precise agir. Ao caírem, vão atribuindo uma visualidade diferente ao espaço, e seus cadáveres servem de orientação entre as galerias. Asterion vai ao encontro das suas vozes alegremente, porque sabe (foi profetizado por um deles, uma vez) que um dia chegará seu redentor. A alegria, portanto, tem a ver com a esperança de um espaço que possa ser composto de menos galerias e portas. Desenha-se, pela primeira vez no conto, uma perspectiva de futuro que insinua a descoberta da identidade da personagem: “Será um touro ou um homem? Será talvez um touro com cara de homem? Ou será como eu?”
No conto o narrador é homodiegético, que, segundo Carlos Reis, “é a entidade que veicula informações advindas da sua experiência diegética; quer isto dizer que, tendo vivido a história como personagem, o narrador retirou daí as informações de que carece para construir o seu relato.
“Claro que não me faltam distrações. Igual ao carneiro que vai investir, corro pelas galerias de pedra até rolar no chão, estonteado.”
Conclusão

Por fim, entendemos que em “A casa de Asterion”, o escritor Jorge Luis Borges constrói um magnífico texto, ou seja, um jogo de esconde-esconde através da sua forma genial de brincar com as palavras, com isso requer, que o leitor tenha um prévio conhecimento do mito, ou que obtenha antes de lê-lo. Em forma de uma paródia do mito do Minotauro, o conto é narrado em primeira pessoa pelo monstro (personagem) singular que, porém, nos mostra a face monstruosa, o modo cruel em que Asterion foi obrigado a viver, e que ao mesmo tempo se diverte com a morte dos jovens que adentro o labirinto, pois para ele todas as partes da casas “labirinto” existem muitas vezes, pois qualquer lugar é um outro lugar, por isso cabe ao indivíduo um árduo processo de adaptação na espera de algo melhor, como o Asterion que fica aguardando a vindo do redentor. Outro aspecto que ao finalizar, podemos citar, é o fato de que no conto o povo vive aterrorizado que por sua vez provoca no personagem uma repugnância. O conto de forma breve apresenta, aqui e ali, dicas que permitem identificar o relato original, que só é revelado completamente nas últimas quatro linhas, onde aparece a voz de um narrador em terceira pessoa na fala de Teseo para Ariadna, ao relatar em poucas palavras os últimos momentos de vida do monstro.
Referências Bibliográficas
BORGES, Jorge Luis. A casa de Asterion..
FILIPOUSKI, Ana Mariza Ribeiro. Permanência do mito e atualização de seu significado: o Minotauro desde a origem até a modernidade. Ciênc. let., Porto Alegre, 2007.